Tantra e Evolução
Em nossa evolução através das ondas de existência, passamos por vários níveis de consciência e, considerando um processo idealizado, teremos, a cada nível, ou cada chakra na visão tântrica, uma correspondente visão de mundo.E assim a cada passo nessa grande corrente evolutiva, o que num momento era a nossa verdade (a que considerávamos como abarcando a totalidade), passa a fazer parte de uma totalidade maior, na qual ela é apenas uma parte. Desse modo, uma verdade, que considerávamos como total, passa a ser uma verdade parcial para o novo nível de consciência emergente.
A evolução, como define o cientista e filósofo contemporâneo Ken Wilber, se faz pela diferenciação e integração. Diferenciamos o que era fundido no nível anterior e o integramos na totalidade mais abrangente do novo nível evolutivo adquirido. Tentemos ser mais claros com um exemplo: em certo momento do nosso desenvolvimento ontogênico (na primeira infância, por exemplo) não conseguimos diferenciar o corpo da mente – eles são entendidos como sendo a mesma coisa em nossa consciência. Com a emergência da mente lógica, percebemos que mente e corpo não são a mesma coisa , que a mente pode perceber o corpo como algo separado ou diferenciado dela. Nesse momento ocorre a diferenciação. Para que o processo evolutivo prossiga de forma adequada é necessário dar o passo seguinte, que é integrar conscientemente corpo e mente na nova visão de mundo. Dessa forma o processo evolutivo se faz pela transcendência e inclusão. Transcendemos o nível evolutivo anterior e o incluimos como parte do novo nível de consciência adquirido ou desvelado. Imagine a visão de um círculo maior abrangendo e incluindo um círculo menor: esse é o chamado Grande Ninho do Ser, descrito em todas as grandes tradições de sabedoria, com algumas pequenas diferenças e descrito aqui de forma resumida. Assim, a mente transcende e inclui o corpo, a alma transcende e inclui a mente e o Espírito transcende e inclui a todos.